ONG GENTE BUSCANDO GENTE PASSA A TER UM SITE
MAIS INTERATIVO, COM COMUNICAÇÃO POR MEIO DE MÍDIAS SOCIAIS. A EXPECTATIVA É DE
QUE O NÚMERO DE CADASTROS AUMENTE
GOVERNADOR VALADARES – A cada hora, 22
pessoas desaparecem no Brasil. Por ano, são 200 mil desaparecidos, sendo 40 mil
crianças, de acordo com o Ministério da Justiça. Buscando solucionar tais
casos, há sete anos existe na cidade a organização não governamental Gente
Buscando Gente. Agora, o site da ONG está de cara nova, sendo capaz de passar
todas as informações de como funciona o serviço social oferecido pela equipe.
Através de parceria com uma empresa de publicidade de São Paulo, a ONG também
começa a contar com um atendimento ao vivo via chat.
A expectativa, de acordo com o diretor Carlos
Rodrigues, é de que o número de cadastros recebidos aumente com o novo portal,
além da interação por meio de mídias sociais. Dessa forma, os casos passam a
ser recebidos apenas pela internet. "Certamente aquela pessoa que não tem
acesso direto a um computador ou não tem prática vai contar com a ajuda de um
familiar ou de um amigo para conseguir mandar sua história."
Com sete anos de existência, a sede da ONG
fica em Valadares, mas auxilia moradores de outros estados também, e já
proporcionou mais de 2 mil reencontros em 19 estados brasileiros. No ano
passado, o trabalho ganhou destaque nacional após aparecer em dois programas de
televisão.
A ONG foi inspirada na experiência de Penha
da Conceição, avó do diretor. "Minha avó, por mais de 60 anos, procurou
por uma filha biológica desaparecida. Chegamos a ter alguns avanços no caso
dela, mas, como a história já tinha acontecido há muito tempo, algumas pessoas
essenciais nessa busca já haviam morrido ou se mudado, o que dificultou
descobrir o paradeiro dessa filha."
A previsão é de que o atendimento ao vivo do
site (www.gentebuscandogente.org.br) funcione de segunda a sexta-feira, em
horário comercial. Já o cadastro dos casos pode ser feito em qualquer horário,
inclusive aos sábados, domingos e feriados.
ONG NO PERU
Além da experiência da avó do diretor da ONG,
o trabalho do Gente Buscando Gente também foi inspirado no peruano David
Nostas, que há 18 anos realiza esse mesmo trabalho em seu país. Nostas já
conseguiu localizar 24 mil pessoas e é apontado pela imprensa peruana como “El Rey
de los reencuentros”.
E não é apenas nesse trabalho que Rodrigues
se espelha em Nostas. O peruano se apresenta sempre vestido de uma maneira característica,
com um colete já conhecido por quem é familiarizado com seu trabalho. Carlos Rodrigues
utiliza roupas semelhantes ás de Nostas durante suas visitas, entrevistas e
reencontros, fazendo alusão ao trabalho do peruano e buscando o mesmo objetivo:
o do reconhecimento por parte da população.