Parentes de pessoas desaparecidas realizaram
um protesto, na manhã deste sábado (23,) na Praça 7, no Centro de Belo
Horizonte. O objetivo foi cobrar da polícia e da Justiça explicações sobre os
casos de desaparecimento que assolam várias famílias em Minas e no Brasil.
De acordo com uma das organizadoras do
movimento, Priscila Ágata, o protesto foi organizado por um grupo de
voluntários que presta apoio a essas famílias. “Pedimos socorro às autoridades
porque nós, voluntários, sentimos muito por esses familiares”, disse.
Durante o manifesto, os participantes
recolheram assinaturas para criar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular em
favor das pessoas desaparecidas no Brasil. Só em Minas, a meta é conseguir pelo
menos 45 mil assinaturas.
Famílias
sofrem pela ausência de respostas
Pais que têm filhos desaparecidos também
participaram do protesto. Com camisas e cartazes com fotos das crianças, eles
reclamam da falta de respostas e lamentam ter que conviver com a angústica de
não saber como os filhos estão.
É o caso de Leandro Campos, de 29 anos, pai
de Emilly Ketlen Ferrari. A menina desapareceu na rua de casa, em Rio Pardo de
Minas, no Norte do Estado, no dia 4 de maio de 2013. Na época, ela tinha 7
anos.
Diversas hipóteses já foram levantadas pela
Polícia Civil, mas, até hoje, nenhuma foi confirmada. “A cada dia que passa as
chances de encontrá-la viva diminuem. Mas eu tenho esperança de que vou ver
minha filha novamente”, afirmou.
Joseli de Souza Melo, mãe de Bruna Marques Melo, desparecida no dia 23 de outubro de 2009, aos 4 anos, em Frutal, no Triângulo mineiro, também participou do manifesto. Ela disse que, desde então, a rotina nunca mais foi a mesma. “Passo o dia tentando buscar informações ou pesquisando na internet. Além disso, eu só choro”, afirmou.
Angustiada, Joseli diz que busca forças para
seguir a vida nos outros quatro filhos, incluindo o irmão gêmeo de Bruna. “Às
vezes sinto vontade de abandonar tudo, mas aí vem meu filho e diz que me ama.
Quero mostrar para eles que eu não estou parada”, frisou.