Movimento pretende coletar 1 milhão de
assinaturas para que projeto de lei seja votado no Congresso
Voluntários e familiares de pessoas
desaparecidas se reuniram em um ato na praça da Liberdade, na região Centro-Sul
de Belo Horizonte, na manhã deste domingo. Além de reivindicar melhorias no
sistema das polícias brasileiras para facilitar as buscas aos desaparecidos,
eles coletaram assinaturas para que o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela
Pessoa Desaparecida no Brasil seja votado pelo Congresso.
“Precisamos de 1 milhão de assinaturas, mas,
em três anos, só conseguimos 150 mil. Precisamos que a sociedade se sensibilize
com a causa dos desaparecidos”, comenta Maria de Lourdes das Neves, mãe de um
desaparecido e organizadora do ato.
Segundo dados da Polícia Militar de Minas,
entre os dias 1º de janeiro e 12 de agosto deste ano, 5.285 pessoas foram
reportadas como desaparecidas. Dessas, apenas 2.412 foram localizadas. A
petição pode ser assinada online. Os detalhes estão na página
www.facebook.com/desaparecidosemmg.
Sofrimento. Maria de Lourdes não tem notícias
de seu filho, Pedro Augusto Neves Diniz Pereira, que desapareceu em maio do ano
passado com 17 anos. “Ele saiu em um sábado à tarde para ir à casa de um amigo.
Algumas pessoas disseram tê-lo visto entrar em um carro, mas ninguém soube
dizer de qual modelo, qual cor, nada. Umas horas depois, ele ligou dizendo que
estava bem e indo para casa, mas nunca mais apareceu. Desde então, nunca mais
soubemos nada”, relata a mãe.
A busca de Maria Aparecida de Assis, 56, é
mais longa. Mãe de Jair Martins de Assis, à época com 18 anos, ela procura o
filho desde janeiro de 2010. Ele saiu de uma festa para comprar cerveja no
bairro São João Batista, em Venda Nova, e nunca mais foi visto. “Tenho medo de
morrer sem saber o que aconteceu com ele. Esteja ele vivo ou morto, eu preciso
saber, porque dói demais”, diz.
*Do Jornal O Tempo.